domingo, 19 de agosto de 2012

Salsa Petroselinum Crispum


Salsa Petroselinum crispum
(Umbeliferas)

Muito estimada pelos os Gregos, a salsa era utilizada para coroar os vencedores dos jogos Ístmicos e para decorar túmulos, visto que estava associada a Arquemorus, o arauto da morte. Os Gregos também plantavam a salsa e a arruda em volta dos canteiros, mas embora a usassem, na medicina, e, segundo Homero, os guerreiros dessem salsa a comer aos cavalos, parece que os Romanos foram os primeiros a utilizá-la na cozinha.
Consumiam-na em quantidade e faziam grinaldas para os convivas dos banquetes, a fim de afastar a intoxicação e combater os odores fortes.
Existem muitas variedades excelentes de salsa, incluindo a Petroselinum crispum tuberosum,que tem folhas planas e uma raiz grande, comestível e muito aromática. Todas as salsas são ricas em vitaminas, minerais e clorofila, o que as torna uma erva de guarnição tão benéfica como atraente.


Folha – Muito recortada crespa, com margem serrada e verde viva, com um gosto agradável e fresco, rica em vitamina A, B e C, sais de ferro, cálcio, magnésio e clorofila.
Folhas secas – Conservam a maior parte do aroma quando secas rapidamente, usar na culinária e cozer com o caule.
Sementes - Pequena cinzento acastanhado e falciforme com estrias creme, contêm apiolo que pode ser tóxico. 

Caule – Sólido, estriado semicircular, ramoso e verde; é mais aromático do que as folhas.


Raiz – Aprumada, delgada, amarelo-acastanhado e lisa, com pequenas raízes filamentosas, é na raiz que o cheiro a salsa é mais intenso. 

Duração – Planta Bienal e rústica.
Altura – Quarenta centímetros.
                  


Utilização

Na culinária – Folha misturar crua nas saladas. Cortar finamente e salpicar por cima de sanduiches, pratos com ovos, sopas de hortaliças, peixe e batatas cozidas. Misturar com a maionese e com a maioria dos molhos clássicos.


Quando, cozinha a salsa realça outros aromas, mas só deve acrescentar-se quase no fim do tempo de cozedura. Utilizar como guarnição.

Raiz – Usar como guarnição. Juntar a sopas e guisados. Coser como se fosse a raiz de uma hortaliça. Ralar crua e misturar nas saladas.

Na Cosmética – Folha em infusão, é um tónico e um amaciador para o cabelo.

Na Medicina – Mastigar crua para refrescar o hálito e contribuir para uma pele saudável.

Plantação 
Local – Ao sol ou sombra pouco densa.

Solo – Rico, húmido e cavado fundo.

Propagação – Semear da Primavera ao fim do verão. Para uma germinação  rápida, demolhar as sementes de um dia para o outro em água quente, despejar água a ferver nos sulcos, antes de semear, ou cultivar num tabuleiro, a vinte graus. Brota espontaneamente.

Crescimento – Desbastar ou transplantar com intervalos de vinte e três centímetros. Proteger do tempo frio. Dá-se bem dentro de casa.

Colheita – Colher as folha durante o primeiro ano e as sementes quando estiverem maduras. Desenterrar as raízes no Outono do segundo ano.
Conservação – Secar ou congelar as folhas e as raízes.
                


Anis/Erva -doce Pimpinella anisum


Anis/Erva-doce Pimpinella anisum
(Umbelíferas)
Há séculos que se conhece esta graciosa planta anual. Por volta de 1500 a.C., os Egípcios cultivavam-na em quantidades, para das suas folhas e “sementes” tirarem alimento, bebidas e remédios. Os campos da Toscânia com erva doce pelos romanos, que faziam os Mustaceus, um bolo especial, condimentado, que era um dos pratos finais dos banquetes. Era cozido com erva doce, cominhos e outras “ervas” digestivas, e pensa-se que foi o precursor da tradição dos bolos de noivado condimentados. O edital de Carlos Magno, no séculos IX, que determinava que todas asa “ervas” , que cresciam no   Mosteiro de St.Gall espalhou fossem plantadas em todas as propriedades reais, espalhou o anis pela Europa. Em Inglaterra, tornou-se tão valioso que se pagavam impostos sobre a sua importação.


Flor – As flores pequenas, em forma de estrela, desabrocham em umbélulas no fim do verão.



Folha – Folhas inferiores aromáticas, serradas, arredondadas e verdes, folhas superiores finamente divididas.

Caule – Estriado, cilíndrico, ramoso e  verde.


Sementes – Aromática, cinzenta acastanhada clara, estriada, alongada, ovada; para amadurecer completamente precisa de um verão com muito sol.

Duração - Planta anual e semi rústica nos climas nórdicos.
Altura – Trinta a noventa centímetros; erecta ou prostrada.

Utilização
Na culinária
“Semente” Usar inteira ou esmagada em pães, bolos, tortas e molhos de maçã, cremes e pasteis. Juntar ao queijo creme, conservas, creme de leite e ovos e água para cozer maricos.

-“Flor” Misturar nas saladas de fruta.

-“Folha” Adicionar a saladas de fruta com figos, tâmaras e castanhas. Utilizar para guarnição.

-“Caule e raiz” Misturar em sopas e guisados.

Para aromatizar
-“Semente” Usar esmagada nos potpourris.

Na Medicina
-“Semente” Em infusão (Chá) é um anti-séptico reconfortante para constipações e tosse.
Plantação
Local – Exposição abrigada ao sol.
Solo – Bem arejado e alcalino.
Propagação – Semear em local definitivo no fim da primavera. A “semente” deixa de ser viável ao fim do segundo ano.
Crescimento – Desbastar de modo a que as plantas fiquem vinte centímetros afastadas umas das outras; não transplantar e limpar bem das ervas daninhas. Pode ser cultivado dentro de casa.

Colheita – Apanhar as folhas mais baixas sempre que necessário. Colher as flores quando abrirem. Apanhar as “sementes” cortando a planta ao nível do solo, quando o fruto começar a ficar verde acinzentado nas extremidades. Colher os caules e desenterrar as raízes no Outono.
Conservação – Secar a semente suspendendo a planta até amadurecer.





terça-feira, 14 de agosto de 2012

Poesia António Aleixo



Quem me vê dirá: não presta,
Nem mesmo quando lhe fale,
porque ninguém traz na testa 
o selo de quanto vale.
A.Aleixo (1899-1949)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Alfazema Lavandula Angustifolia

Alfazema  Lavandula Angustifolia (labiadas)

A tranquilidade e a pureza são inerentes à fragância única da alfazema, e é isto mesmo que se reflecte bem Izaak Walton, autor, do século XVII, de livros sobre pesca, que nos diz; “como gostaria de estar numa casa onde os lenções cheirassem a alfazema”. O seu perfuma fresco e limpo era o aditivo de banho preferido pelos Gregos e Romanos, e o seu nome deriva do latino lavar (lavar).

“Erva” muito popularizada, tanto por repelir os insectos como pela duradoura fragância, a alfazema também era usada para disfarçar os cheiros de casas e ruas fedorentas. Contava-se que a peste não chegava a  casa fabricantes de luvas de Grasse, que a usavam para perfumar o couro, e estas histórias levavam outras pessoas a andarem com alfazema .

 Há muito que é utilizada na medicina. O Herbanário Gerard, por exemplo, aconselhava os que tinham “uma leve enxaqueca ou o cérebro enevoado” a banharem as têmporas com alfazema. Um tal Sir James Smith descreveu também uma tintura alcoólica criada “para os que queriam permitir-se um copinho a pretexto de terem de tomar um remédio”.
As sua propriedades curativas são hoje obtidas sobretudo a partir do óleo essencial, contido nas glândulas oleosas e brilhantes implantadas entre os minúsculos pelos, em forma de estrela, que cobrem as flores e os caules. O óleo de melhor qualidade é extraído da Lavandula angustifólia e da Lavandula stoechas.


Folha: Estreita, perfumada e verde-acinzentada, com dois / cinco centímetros de comprimento.


Flores: Pequenas intensamente perfumadas, azuis, desabrocham no verão em espiga de cinco/quinze centímetros de comprimento.

Flores secas: Libertam um suave e duradouro cheiro a limpo.
Sementes: Quatro fruticulos lisos castanho-escuros, em cada fruto.

Caule: Quadrado e verde, torna-se lenhoso no segundo ano.

Duração: Subarbusto rústico e sempre verde.
Altura: Quarenta e cinco centímetros a um metro.

Utilização
Na decoração: Flor Pendurar ramos de flores secas sozinhas ou misturadas com outras flores pequenas. Misturar em coroas e ramos.

Na culinária: Flor Usar para aromatizar compotas. Cristalizar as flores para decoração.

Em casa: Flor Pôr flores secas em saquinhos para aromatizarem as gavetas.

Na cosmética: Flor Fazer água tónica para acelerar  a substituição das células nas peles sensíveis e delicadas, e utilizar como antisséptico contra o acne.

Para aromatizar: Flor Usar em potpourris, almofadas de cheiro e saquinhos para meter entre a roupa branca.

Na medicina: Flor Em infusão (chá), alivia as dores de cabeça e acalma os nervos.


Plantação

Local: Exposição aberta ao sol, para se evitarem doenças provocadas por fungos.
Tipos de solo: arenoso, argiloso, humífero

Solo: Bem arejado, arenoso e com cálcio.

Propagação: Cortar estacas de caule de dez/vinte centímetros no outono ou na Primavera, dividir a planta ou propaga-la por mergulhia. (Só a Lavandula angustifólia). Semear com sementes no fim do verão e no outono.

Crescimento: Desbastar ou transplantar com intervalo de 45/60cm. Retirar caules floridos murchos; podar as sebes e as plantas irregulares na Primavera. Aparar bem logo que aas flores começarem a perder a cor.

Colheita: Colher os caules floridos logo que as flores desbrochem. Apanhar as folhas em qualquer altura.

Conservação: Secar os caules floridos pousando-os em tabuleiros abertos ou pendurados em ramos pequenos.





quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pensamentos




“Todo o mundo è capaz de dominar uma dor, excepto quem a sente”
(Shakespeare)


“Só a saudade é que faz as coisas pararem  no tempo.
(Mário Quintana)


“O homem tolo busca a felicidade na distancia, o sábio a cultiva sob os seus pés”.
(Oppenheim)


“Não queira saber tudo. Deixa um espaço para saber de ti.
(Virgilio Ferreira)


“Saudade é solidão acompanhada. É quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já.
(Paplo Neruda)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Poema de Fernando Pessoa


Saudade Dada

Em horas inda louras, lindas
Clorindas e belindas, brandas,
Brincam no tempo das berlindas,
As vindas vendo das varandas.
De onde ouvem vir a rir as vindas
Fitam a fio as frias bandas.

Mas em torno à tarde se entorna
A atordoar o ar que arde
Que a eterna tarde já não torna!

E em torno de atordoada todo o alarde
Do adornado ardor transtorna
No ar de torpor da tarda tarde.

E há nevoentos desencantos
Dos encantos dos pensamentos
Nos santos lentos dos recantos
Dos bentos cantos dos conventos...
Prantos de intentos, lentos, tantos
Que encantam os atentos ventos.






Arruda Ruta Graveolens


Arruda   Ruta Graveolens    (Rutáceas)

Tanto Leonardo da Vinci como Miguel Ângelo afirmaram que a sua capacidade criativa tinha aumentado graças aos poderes metafísicos da arruda. Costumavam usar-se ramos de arruda para aspergir as pessoas com água benta, antes das missas solenes. Além disso, espalhava-se esta planta por vários locais, pois acreditava-se que combatia a peste. Os ladrões que roubavam as vítimas da peste protegiam-se com “vinagre dos quatro gatunos”, do qual a arruda era um dos ingredientes. Aparece representada na heráldica da Ordem do Cardo, e foi ela que inspirou o desenho do naipe de paus das cartas de jogar.



Folha: Muito recortada com segmentos oblongos, pequenos e verde-azulados, salpicada de glândulas oleosas.


Folhas secas: Contém um poderoso inseticida; esmagar e salpicar para repelir insectos.


Flor: Pétalas amarelo-esverdeadas, espatuladas e fimbriadas, que desabrocham no fim do verão.


Semente: Preta e em forma de crescente, era usada na cozinha romana do século I d. C.


Caule: Cilíndrico e verde azulado pálido, torna-se lenhoso no segundo ano; a sua seiva pode provocar erupções cutâneas.



Raiz: De cor creme, ramosa e fibrosa; pensava-se que se assemelhava à rede de veias do olho do homem.
 

Duração: Subarbusto rústico e sempre verde.
Altura: Sessenta centímetros

Utilização
Na decoração: Planta inteira - Semear para fazer sebes baixas nos canteiros.
Na culinária: Semente – Pôr a marinar a perdiz numa infusão de levístico e hortelã. Folha- é amarga, mas, em pequenas quantidades, dá um invulgar sabor almiscarado ao queijo- creme e aos pratos de ovos e de peixe. Misturada com ameixas e vinho, é um molho delicioso para a carne.
Na cosmética: Folha em infusão para, para lavar os olhos cansados.

Plantação

Local: Exposição ao sol. Também tolera a sombra. Pouco densa.
Solo: Bem arejado e alcalino; pobre para moderar a fertilidade das plantas rústicas.
Propagação: Dividir na Primavera. Cortar estacas de caule no fim do verão. Semear na primavera; de germinação lenta.
Crescimento: Desbastar ou transplantar a intervalos de quarente e cinco centímetros. Podar no fim da Primavera. Proteger em caso de invernos rigorosos. Pode ser cultivada dentro de casa, em local exposto ao sol.
Colheita: Colher as folhas novas mesmo antes de as flores começarem a desabrochar. Apanhar as sementes.
Conservação: Secar folhas e as sementes