sábado, 1 de setembro de 2012

Poema de João de Deus


Beijo na face
Pede-se e dá-se:
Dá?
Que Custa um beijo?
Que tenha pejo:
Vá!

Um beijo é culpa
Que se desculpa:
Dá?
A borboleta
Beija a violeta:
Vá!

Um beijo é graça
Que a mais não passa:
Dá?
Teme que a tente?
È inocente…
Vá!

Guardo segredo,
Não tenha medo…
Vê?
Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,
Dê!

  
Como ele é doce!
Como ele trouxe,
Flor,
Paz a meu seio!
Saciar-me veio,
Amor!

Saciar-me? Louco…
Um é tão pouco,
Flor!
Deixa, concede
Que eu mate a sede,
Amor!

Talvez te leve
O vento em breve,
Flor!
A vida foge,
A vida é hoje,
Amor!

Guardo segredo,
Não tenhas medo,
Pois!
Um mais na face,
E a mais não passe!
Dois…

Oh! Dois? Piedade!
Coisas tão boas…
Vês?

Quantas pessoas
Tem a trindade?
Três!

Três são na conta
Certinha e justa…
Vês?

E que te custa?
Não sejas tonta?
Três!

Três sim; não cuides
Que te desgraças:
Três.
Três são as graças,
Três as virtudes;
Três.

As folhas santas
Que o lírio fecham,
Vês?

E não o deixam
Manchar, são…quantas?
Três!

(joão de Deus)


          






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