sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Poesia de Manuel da Fonseca

Antes que seja tarde



Amigo
Tu que choras uma angustia qualquer
E falas de coisas mansas como o luar e paradas
Como águas de um lago adormecido


Acorda!
Acorda!


Deixa de vez as margens de um regato solitário
Onde te miras, como se fosses a sua namorada.
Abandona esse jardim sem flores desse país inventado
Onde tu és o único habitante
Deixa os desejos sem rumo de barco ao deus dará
E esse ar de renúncia às coisas do mundo


Acorda, amigo
Liberta-te dessa paz podre que existe
Apenas na tua imaginação


Abre os olhos e olha
Abre os braços e luta


Amigo
Antes da morte vir
Nasce de vez para a vida


Abre os olhos e olha
Abre os braços e luta


Antes da morte vir
Nasce de vez para a vida


Acorda!
Acorda!
(Manuel da Fonseca)


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