terça-feira, 26 de outubro de 2010
le metéque
Canções da minha vida
Estamos no ano de 1969. Terei 17 para 18 anos. Trabalho no escritório de uma loja de electrodomésticos e que faz montagens de instalações eléctricas, passo os dias a fazer calculos numa máquina de calcular "facit", na facturação dos clientes, etc,etc. Findo o dia de trabalho, passo por casa como qualquer coisa e sigo para a escola Josefa de Óbidos, nos prazeres, trajecto que faço a pé todos os dias. Eu e uma colega e amiga adoravamos esta canção. Que será feito de ti Lurdes Sousa?
La Metéque O Metque
Avec ma gueule de métèque, de juif errant, de pâtre grec
Aritmética com minha boca, judeu errante,um pastor grego
Et mes cheveux aux quatre vents
E o meu cabelo aos quatro ventos
Avec mes yeux tout délavés, qui me donnent l'air de rêver
Com meus olhos só apareceu que me dar um sonho
Moi qui ne rêve plus souvent.
Eu sonho que com mais freqüência.
Avec mes mains de maraudeur, de musicien et de rôdeur
Com minhas mãos de saqueadores, músico e gatuno
Qui ont pillé tant de jardins
Quem têm saqueado tantos
Avec ma bouche qui a bu, qui a embrassé et mordu
Com a minha boca que bebia, que beijou e mordido
Sans jamais assouvir sa faim
Nunca satisfazer sua fome
Avec ma gueule de métèque, de juif errant, de pâtre grec
Aritmética com minha boca, judeu errante, um pastor grego
De voleur et de vagabond
Ladrão e vagabundo
Avec ma peau qui s'est frottée au soleil de tous les étés
Com a minha pele era friccionada com o sol durante todo o verão
Et tout ce qui portait jupon
E tudo o que foi anágua
Avec mon coeur qui a su faire souffrir autant qu'il a souffert
Com o meu coração tem que doer tanto quanto ele sofreu
Sans pour cela faire d'histoire
Para fazer isso sem história
Avec mon âme qui n'a plus la moindre chance de salut
Com a minha alma que tem a menor chance Olá
Pour éviter le purgatoire.
Para evitar o purgatório.
Avec ma gueule de métèque, de juif errant, de pâtre grec
Aritmética com minha boca, judeu errante, um pastor grego
Et mes cheveux aux quatre vents
E o meu cabelo aos quatro ventos
Je viendrai ma douce captive, mon âme soeur, ma source vive
Eu virei meu doce em cativeiro, a minha alma gêmea, minha fonte de vida
Je viendrai boire tes vingt ans
Eu irei beber o seu ano
Et je serai prince de sang, rêveur, ou bien adolescent
E eu estarei Blood Prince, sonhador, ou mesmo um adolescente
Comme il te plaira de choisir
Como você gostaria de escolher
Et nous ferons de chaque jour, toute une éternité d'amour
E nós vamos fazer a cada dia, uma eternidade de amor
Que nous vivrons à en mourir.
Como vivemos para morrer.
Et nous ferons de chaque jour, toute une éternité d'amour
E nós vamos fazer a cada dia, uma eternidade de amor
Que nous vivrons à en mourir.
Como vivemos para morrer.
No Teu Poema - Simone de Oliveira
Brinhante interpretação da Simone de Oliveira nesta canção, com letra de José Luis Tinoco. Foi originalmente interpretada por Carlos do Carmo.
No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
O teu poema
Existe a dói calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E aberta uma varanda para o mundo
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora dagonia e o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco a raiva e a lula
De quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe o grilo e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonos inquietos de quem falha
No leu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
O canto em vozes juntas, vezes certas
Canção de uma só letra e um só destino a embarcar
No cais da nova nau das descobertas
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco a raiva e a luta
De quem cai ou que resiste
Que vence ou adormece
Antes da morte
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do mundo
Existe tudo mais que ainda me escapa
É um verso em branco à espera
Do futuro
José Luis Tinoco
Amália Rodrigues - Medo
Canções da minha vida
Sei bem o que é ter medo de noite , quando era criança lembro de muitas e muitas noites em que só adormecia quando o dia começava a aclarar. Ainda hoje as insónias sucedem-se, não posso dizer que seja medo, mas é na maior parte das vezes uma grande angustia.
Fado medo, gravado em 1969, letra de Reinaldo Ferreira e música de Alain Oulman.
Quem dorme à noite comigo?
É meu segredo, é meu segredo!
Mas se insistirem, desdigo.
O medo mora comigo,
Mas só o medo, mas só o medo!
E cedo, porque me embala
Num vaivém de solidão,
É com silêncio que fala,
Com voz de móvel que estala
E nos perturba a razão.
Que farei quando, deitado,
Fitando o espaço vazio,
Grita no espaço fitado
Que está dormindo a meu lado,
Lázaro e frio?
Gritar? Quem pode salvar-me
Do que está dentro de mim?
Gostava até de matar-me.
Mas eu sei que ele há-de esperar-me
Ao pé da ponte do fim.
Reinaldo Ferreira
Estrela da tarde
Canções da minha vida
Estavamos no ano 1976, o meu pai morre no inicio desse ano com 61 anos, nessa altura não me pareceu que fosse assim tão novo, hoje a esta distancia e estando eu quase nessa idade me parece cedo de mais para partir.
É nesse ano que Carlos do Carmo canta esta canção no " festival da canção" da RTP com letra do Ary dos Santos e música de Fernando Tordo, tal como agora,na altura achei esta canção lindissima e sempre que a ouço recordo-me do meu pai.
Era a tarde mais longa de todas as tardes
Que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas
Tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
Tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste
Na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhamos tardamos no beijo
Que a boca pedia
E na tarde ficamos unidos ardendo na luz
Que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto
Tardaste o sol amanhecia
Era tarde demais para haver outra noite,
Para haver outro dia. (Refrão)
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.
Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos noturnos silêncios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.
Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.
Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto!
Ary dos Santos
Todas As Ruas Do Amor - Flor de Lis
Representação de Portugal na eurovisão, esta canção é muito bonita. Como sempre só apreciamos aquilo que é nosso depois de já ter passado, e muitas vezes nem isso.
Se sou tinta
Tu és tela
Se sou chuva
És aguarela
Se sou sal
És branca areia
Se sou mar
És maré cheia
Se sou céu
És nuvem nele
Se sou estrela
És de encantar
Se sou noite
És luz para ela
Se sou dia
És o luar
Sou a voz
Do coração
Numa carta
Aberta ao mundo
Sou o espelho
D'emoção
Do teu olhar
Profundo
Sou um todo
Num instante
Corpo dado
Em jeito amante
Sou o tempo
Que não passa
Quando a saudade
Me abraça
Beija o mar
O vento e a lua
Sou um sol
Em neve nua
Em todas as ruas
Do amor
Serás meu
E eu serei tua
Se sou tinta
Tu és tela
Se sou chuva
És aguarela
Se sou sal
És branca areia
Se sou mar
És maré cheia
Se sou céu
És nuvem nele
Se sou estrela
És de encantar
Se sou noite
És luz para ela
Se sou dia
És o luar
Beija o mar
O vento e a lua
Sou um sol
Em neve nua
Em todas as ruas
Do amor
Serás meu
E eu serei tua
Ana Moura- Os Búzios
Gosto muito deste fado, a Ana Moura tem uma voz muito bonita e canta com alma .
Búzios
Havia a solidão da prece no olhar triste
Como se os seus olhos fossem as portas do pranto
Sinal da cruz que persiste, os dedos contra o quebranto
E os búzios que a velha lançava sobre um velho manto
(Refrão)
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p’ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte (bis)
Havia um desespero intenso na sua voz
O quarto cheirava a incenso, mais uns quantos pós
A velha agitava o lenço, dobrou-o, deu-lhe 2 nós
E o seu padre santo falou usando-lhe a voz
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p’ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte (bis)
À espreita está um grande amor mas guarda segredo
Vazio tens o teu coração na ponta do medo
Vê como os búzios caíram virados p’ra norte
Pois eu vou mexer o destino, vou mudar-te a sorte
Letra e música de Jorge Fernando
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